A Relação entre Saúde Intestinal e Doenças Autoimunes

A saúde intestinal está diretamente ligada ao funcionamento do sistema imunológico, e pesquisas mostram que o equilíbrio da microbiota intestinal pode influenciar o desenvolvimento e o controle de doenças autoimunes. A microbiota, composta por trilhões de bactérias, desempenha papéis essenciais na digestão, na absorção de nutrientes e, especialmente, na regulação da resposta imunológica. Quando esse equilíbrio é prejudicado, ocorre a disbiose intestinal, que pode agravar ou desencadear doenças autoimunes como lúpus, esclerose múltipla e artrite reumatoide.

O que é disbiose intestinal?

Disbiose é o desequilíbrio na composição das bactérias intestinais, com a diminuição das bactérias benéficas e o aumento das patogênicas. Esse desequilíbrio pode ser causado por fatores como má alimentação (rica em ultraprocessados e pobre em fibras), uso prolongado de antibióticos, estresse e sedentarismo. A disbiose impacta a barreira intestinal, que é responsável por impedir a entrada de toxinas e micro-organismos no sangue.

Quando o intestino está "permeável", essas substâncias prejudiciais atravessam a barreira intestinal e entram na corrente sanguínea, desencadeando uma resposta inflamatória no corpo. Em pacientes com doenças autoimunes, essa inflamação desregulada pode piorar os sintomas ou até mesmo contribuir para o surgimento da doença.

Como a disbiose afeta as doenças autoimunes?

1. Resposta imunológica desregulada: A disbiose altera a comunicação entre o intestino e o sistema imunológico. Isso pode causar uma ativação excessiva das células imunes, levando a inflamações crônicas que atacam os tecidos saudáveis, um mecanismo típico de doenças autoimunes.

2. Intestino permeável: Em condições de disbiose, a permeabilidade intestinal aumenta, permitindo que toxinas, proteínas não digeridas e outras partículas nocivas entrem na corrente sanguínea. Isso agrava a inflamação sistêmica e pode piorar doenças como artrite reumatoide e lúpus.

3. Impacto na microbiota: A composição da microbiota influencia diretamente a produção de substâncias inflamatórias ou anti-inflamatórias. Um intestino saudável produz ácidos graxos de cadeia curta, como o butirato, que têm propriedades anti-inflamatórias. A disbiose, porém, reduz essa produção, piorando a inflamação.

   
   

Como melhorar a saúde intestinal em doenças autoimunes?

• Aumentar a ingestão de fibras: As fibras presentes em frutas, legumes, grãos integrais e leguminosas são essenciais para alimentar as bactérias benéficas do intestino, favorecendo o equilíbrio da microbiota.

• Consumir probióticos e prebióticos: Alimentos fermentados, como iogurte, kefir e chucrute, são ricos em probióticos, que ajudam a repor as bactérias benéficas. Já os prebióticos, como alho e cebola, alimentam essas bactérias e promovem um ambiente saudável no intestino.

• Evitar alimentos ultraprocessados: Produtos industrializados, ricos em açúcares refinados, gorduras trans e aditivos, favorecem a disbiose e devem ser limitados para quem busca melhorar a saúde intestinal.

  
  

A disbiose intestinal pode agravar a inflamação e desregular o sistema imunológico, o que é especialmente prejudicial para quem vive com doenças autoimunes. Manter uma microbiota saudável é essencial para controlar a inflamação e prevenir a progressão dessas condições. Uma alimentação rica em fibras, probióticos e alimentos naturais pode ser uma estratégia eficaz para melhorar a saúde intestinal e, consequentemente, a qualidade de vida dos pacientes autoimunes.